O editorial deste
domingo 3 de abril de 2016 da Folha de São Paulo deixa em evidência que na aliança
golpista já há setores que começam a perceber que o ‘impeachment’ acarretaria um
custo político muito alto para eles. Estão percebendo que há vastos setores da
sociedade brasileira (muitos deles insatisfeitos com o governo), e também muitos
setores da política, da cultura e da opinião publica internacional, que sabem que
essa manobra é uma brutal mascarada que viola toda legalidade. Por isso, caso
seja bem sucedida, essa manobra tiraria toda credibilidade às instituições
brasileiras (nos planos nacional e internacional); desnudando o fato de muitas
delas serem somente instrumentos dum poder oligárquico que pode funcionar com
independência de qualquer controle democrático. Quer dizer: o putativo ‘impeachment’
seria visto, para sempre, no Brasil e fora do Brasil, como um simples e sórdido
golpe; e seus executores e cúmplices nunca poderiam chegar a limpar sua ficha
de golpistas. Uma mácula, aliás, que já vai perseguir para sempre a muitos
deles; e isto inclui a um jornal como a Folha.
Daí a nova línea de
ação que estão propondo: pedir a renuncia da presidente. Primeiro contribuíram a
que ela ficasse quase sem margem de ação para governar; e tem sido cúmplices ativos
do congresso ‘cunhesco’ que conspira e obstrui permanentemente. Agora, então,
quando o governo está (é verdade) desgastado, porque eles contribuíram a isso,
querem então que a presidente renuncie; e assim todo seria mais fácil, ideal: o
golpe se haveria consumado; mas não haveria custos políticos para assumir e
afrontar. Seria ela a que foi embora porque teria percebido que não tinha não sei o quê para governar. A Folha
quer tirar vantagem em tudo, como um vulgar golpista de feria.
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