Enquanto os teóricos de esquerda do "é igual", "é igualzinho" ou "é tudo a mesma coisa" não conseguem ver a diferença entre governos populares que lutam pela hegemonia de um projeto político de redistribuição de renda e inclusão social, os teóricos das multinacionais conseguem ver perfeitamente. Assim, atacam com golpes financeiros, com golpes da mídia, com operações de inteligência. Finalmente conseguem se apropriar mais uma vez de boa parte do poder político no
Estado e impor um projeto em favor da concentração do capital sem qualquer interferência dos setores populares.
Quando isso acontece os militantes do Partido de Parménides percebem que nem tudo é igual, mas já é tarde, o estrago já foi feito. Não adianta mais fazer cara fechada e gritar consignas de luta. O passo para trás já foi dado.
É isso o que está acontecendo na Argentina hoje com a mudança de governo de 10 de dezembro de 2015.
Entre um e outro governo há milhares de pessoas que perderão seus empregos em menos de um ano, muitas delas também deixarão de ir na escola e a pobreza vai a aumentar. Entre um governo e outro há um Estado que faz políticas públicas de redistribuição e inclusão social que mudam as condições materiais de vida das pessoas e outro Estado que será administrado em favor das multinacionais. É por isso que as multinacionais gastam tanto dinheiro para derrubar governos na América Latina. Eles sim conseguem ver a diferença.
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